Os principais sinais e sintomas gerias são:
1) cefaléia – pode ocorrer com ou sem aumento da pressão intracraniana. Presente igualmente em pacientes com tumores primários ou metastático (50% dos pacientes). 77% dos pacientes apresentam cefaléia de caráter tensional, 9% de caráter migranoso, e apenas 8% com o padrão tumoral clássico, que é descrito como pior pela manhã (atribuído à hipoventilação durante o sono), exacerbado ao tossir, ao esforço, ou ao inclinar-se para frente; associado a náuseas e vômitos que podem ceder após o vômito (possivelmente pela hiperventilação ao vomitar). Resulta da pressão intracraniana elevada, ou invasão ou compressão de estruturas sensíveis a dor (meniges, vasos sanguíneos e periósteo), secundário a alteração visual, psicogênico pelo estresse secundário a perda funcional.
2) vertigens – causada pelo edema do labirinto, ou diretamente por tumores de fossa posterior
3) vômitos – hipertensão intracraniana, ou por pressão direta no núcleo vagal ou da área postrema (“centro do vômito”)
4) convulsões – nesse caso crises convulsivas generalizadas, sem sinais focais iniciais.
5) lesão de nervo craniano – papiledema – decorrente da compressão da veia central da retina pelo líquor hipertenso que envolve a bainha do nervo óptico em seu trajeto intracraniano. Quando de longa duração provoca atrofia secundária do nervo óptico. Importante lembrar que algumas lesões de VI nervo não possuem valor de localização, pois ocorrem pela hipertensão intracraniana. Esse nervo é particularmente sensível ao aumento pressórico devido ao seu longo trajeto subaracnoideano.
6) alterações dos sinais vitais – consequentes ao sofrimento do tronco encefálico e consistem em bradicardia, hipertensão arterial e alteração do rítmo respiratório (tríade de Cushing)
7) Alteração do estado mental – depressão, letargia, apatia e confusão
8) Distúrbio de marcha – secundário a aumento da pressão intracraniana
Os sinais e sintomas focais podem variar desde sinais localizatórios evidentes como as paresias e plegias contralaterais à lesão; crises convulsivas focais, lesões de nervos cranianos, hipofunção hipofisária, alterações de campos visuais, como a hemianopsia heterônima bitemporal dos tumores selares. Como síndromes mais elaboradas:
1) Síndromes lobares:
1.1) Síndromes do lobo frontal: incontinência urinária, reflexos primitivos, paralisia do olhar conjugado, afasia de Broca. Pode haver ainda alterações psíquicas como alterações afetivas ou da personalidade, com mudanças de comportamento, tanto para o embotamento, como para a desinibição.
1.2) Síndromes do lobo parietal: deficit da sensibilidade discriminativa (cortical) contralateral, heminegligência, apraxias, quadrantopsia inferior contralateral
1.3) Síndromes do lobo temporal: afasia de Wernicke, quadrantopsia superior contralateral, crises parciais complexas
1.4) Síndromes do lobo occipital: perda visual contalateral.
2) Síndromes clássicas de nervos cranianos: seio cavernoso (III, IV, V1, VI); angulo ponto-cerebelar (VII, VIII e sinais cerebelares e pontinos); forame jugular (IX, X, XI).
3) Síndromes do tronco encefálico: síndromes alternantes (Weber, Benedict, Wallemberg)
4) Síndromes cerebelares: dismetria, disdiadococinesia, decomposição de movimentos, rechaço, tremor de intenção, ataxia, hipotonia, reflexos pendulares, nistagmo
5) Tumores hipofisários: sintomas decorrentes de disfunção indocrinológica, apoplexia hipofisária, fístula liquórica.